domingo, 24 de fevereiro de 2008

=)

No outro dia estava a falar com um amigo meu e eles perguntou-me porque é que nós, raparigas, temos tendência para sermos desconfiadas, ao que eu lhe respondi: "Nós não somos desconfiadas, nós somos cautelosas".
Pelo menos agora somos talvez por imaturidade, por medo, por insegurança. Somos cautelosas como eles, apenas damos mais nas vistas, porque supostamente somos mais sensíveis, mais fracas. Apenas supostamente, porque toda a gente sabe que não á força maior que a de uma mulher.

Descobri também que essa insegurança, sim, acima de tudo, insegurança faz com que ela, eu ou qualquer outra, construa inconscientemente aquilo a que eles chamam de Forte, que inacreditavelmente faz com que mais curiosidade eles tenham de chegar a nós, porque damos luta.
É também uma forma de sabermos se realmente vale a pena, não é qualquer um que se atreve a passar o Forte, ouvir os desabafos, ir as compras, ser primeiro o melhor amigo e depois, talvez, algo mais. Porque sim, nós somos muito complicadas!
O tamanho do chamado Forte depende muito de cada uma, das experiências anteriores de cada uma e só disso.
Quanto mais complicadas as experiências são, mais nos temos tendência para nos protegermos delas no futuro, em qualquer área, seja no amor ou na amizade.
Cabe-nos a nos descobrir alguém que esteja disposto e tornar essas experiências não em factores de protecção mas em factores de aprendizagem. É muito mais fácil assim...






Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.


Sophia de Mello Breyner Andresen

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