sábado, 23 de janeiro de 2010

"Quando amamos alguém não perdemos só a cabeça, perdemos também o nosso coração. Ele salta para fora do peito e depois, quando volta, já não é o mesmo, é outro, com cicatrizes novas. E outras vezes não volta. Fica do outro lado da vida de quem nao quis ficar ao nosso lado." MRP
O grande problema é quando temos um coração nas mãos, não o nosso, e a unica coisa que queremos é entregá-lo, é seguir em frente. Pior que nos arrancarem o nosso, é arrancar-mos o de alguém que um dia foi tudo o que sonhámos, tudo o que precisávamos. O pior, é saber o que é estar do outro lado, e mesmo assim sabermos que o vamos fazer, porque é o que está certo. Depois, parecendo que não, o que mais queremos é entregar o coração ao dono, porque temos de cuidar do nosso coração, aquele que apesar de estar no mesmo sitio, connosco, não tem menos cicatrizes do que aquele coração que transportamos agora, que sofreu e por quem sofremos, que amou e a quem nós outrora também amámos e que lutou, pelo que nós também lutámos e que perdeu, tudo aquilo que nós também perdemos.
Aquele coração, o outro, identifica coisas que não queremos identificar, que não precisamos de identificar, lugares, cheiros, sabores, pessoas, momentos, e sobretudo sentimentos que, mesmo quando estamos a construir algo novo, uma história nova, são fortes e marcam a sua presença, e faz-nos pensar como seria se. Torna-se doloroso, um peso essencialmente doloroso de suportar, um peso de algo que morreu, que deixámos morrer lentamente, um capitulo que achávamos interminável mas que se mostrou maisa cabado do que pensávamos.
Quando me perguntaram o que te diria, se soubesse que o farias sem hesitar, a primeira coisa que me surgiu, foi dizer-te para seguires em frente, para seres feliz. A exacta frase foi: "Sê feliz, meu amor, pois já não tens nada que te prenda".
(data desconhecida)