sábado, 23 de janeiro de 2010

"Quando amamos alguém não perdemos só a cabeça, perdemos também o nosso coração. Ele salta para fora do peito e depois, quando volta, já não é o mesmo, é outro, com cicatrizes novas. E outras vezes não volta. Fica do outro lado da vida de quem nao quis ficar ao nosso lado." MRP
O grande problema é quando temos um coração nas mãos, não o nosso, e a unica coisa que queremos é entregá-lo, é seguir em frente. Pior que nos arrancarem o nosso, é arrancar-mos o de alguém que um dia foi tudo o que sonhámos, tudo o que precisávamos. O pior, é saber o que é estar do outro lado, e mesmo assim sabermos que o vamos fazer, porque é o que está certo. Depois, parecendo que não, o que mais queremos é entregar o coração ao dono, porque temos de cuidar do nosso coração, aquele que apesar de estar no mesmo sitio, connosco, não tem menos cicatrizes do que aquele coração que transportamos agora, que sofreu e por quem sofremos, que amou e a quem nós outrora também amámos e que lutou, pelo que nós também lutámos e que perdeu, tudo aquilo que nós também perdemos.
Aquele coração, o outro, identifica coisas que não queremos identificar, que não precisamos de identificar, lugares, cheiros, sabores, pessoas, momentos, e sobretudo sentimentos que, mesmo quando estamos a construir algo novo, uma história nova, são fortes e marcam a sua presença, e faz-nos pensar como seria se. Torna-se doloroso, um peso essencialmente doloroso de suportar, um peso de algo que morreu, que deixámos morrer lentamente, um capitulo que achávamos interminável mas que se mostrou maisa cabado do que pensávamos.
Quando me perguntaram o que te diria, se soubesse que o farias sem hesitar, a primeira coisa que me surgiu, foi dizer-te para seguires em frente, para seres feliz. A exacta frase foi: "Sê feliz, meu amor, pois já não tens nada que te prenda".
(data desconhecida)

domingo, 16 de agosto de 2009

JR

Não foste o primeiro que escolhi, o primeiro que beijei, o primeiro que abracei ao adormecer, nem o primeiro com quem acordei.

Não foste o primeiro que gostei, o primeiro por quem me apaixonei, o primeiro com quem sonhei ou desesperei. Nem o primeiro por quem chorei.

Não olharia para ti, se passasses por mim na rua, como não olharias para mim, de uma maneira mais usual como se olha para um estranho que passa por nós nas ruas onde andamos.

Os nossos olhares não se cruzariam, não teríamos um romance como nos livros, á primeira vista. Não. Passaríamos um pelo outro e seria só isso, uma mera passagem por alguém que está no mesmo sitio que nós, como se passa por um banco, por um jardim ou por uma casa.

Não seriamos um casal cliché, daqueles que os amigos querem juntar, apenas por acharem que nos daríamos bem. E tu sabes, não o somos.

Não seriamos os melhores amigos, não nos apaixonaríamos depois disso, porque ambos estimamos as amizades mais que os amores. Sem namorados vivemos, sem amigos não, não é?
O nosso amor não foi um acaso, foi algo que cada vez mais acredito que tinha de acontecer, as palavras simpáticas e ternurentas, os abraços raros e s beijos tímidos que trocávamos quando apenas amigos éramos.

Não. O nosso amor não foi um acaso. Não é do acaso que se fazem os grandes amores, nem pensar.

Foste o primeiro por quem senti a eternidade de um amor, o primeiro que pensei que nunca poderia acabar e o primeiro com quem tive a certeza que não aconteceria.

O primeiro que desejei nunca deixar de ver ao acordar, nem abraçar ao deitar.
Foste o primeiro que amei, como amam os crescidos, no verdadeiro sentido da palavra e o primeiro por quem chorei, sem me arrepender, porque o vales. Vales cada lágrima que caia, porque sei que se pudesses as evitarias uma a uma.

Foste, és, e sempre serás, com toda a minha força, o amor da minha vida, e é contigo que fui, sou e serei das pessoas mais felizes que possam existir.
Obrigada por cada gesto meu amor.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Sentimentos á deriva

As saudades não matam. Mas moem e muito.
Há quem diga que as saudades podem “salvar” uma relação ao mostrar o quanto sentimos a falta do outro, eu talvez concorde. Não que precise delas para saber que e o quanto amo quem devo amar, mas para mostrar que, de facto, não há mais lugar nenhum do mundo que se compare a qualquer sitio que possa estar contigo. As saudades são instantâneas, aparecem quando o meu olhar já não se cruza com o teu, ou quando deixo de sentir o teu abraço e estou apenas comigo… e abraços, esses, são de mim para mim, porque se eu os quiser, ninguém dará um igual ao teu, forte de saudade ou apenas os que dás quando eu peço, porque preciso, porque me sinto segura.
Sabes o que me faz mais forte? Saber que de dia para dia, o tempo que estou sem ti é menor, que já faltou mais para voltar para os teus braços para não mais sair e que cada vez mais é contigo que eu sou feliz. Não custa nada. Estar aqui, sem ti, sem os meus, isso custa. Não ter para onde me virar, sou eu aqui, sozinha e por minha conta e, sim, culpa.
Não devemos dar um passo maior que a perna e eu sinto que mandei um salto para o vazio, que me aventurei demais e responsabilizei-me mais do que devia.
Custa tanto estar sem ti.
Sabes o que me custa mais? Quando falo contigo ao telefone e dizes que tens saudades minhas, só me apetece fazer as malas e ir ter contigo, deixar tudo para trás e esconder-me contigo num abrigo, onde ninguém nos interrompa, ninguém nos afaste.
Mas iria ser um acto precipitado, provavelmente arrepender-me-ia, não e voltar para ti, mas de desistir duma coisa pela qual tanto esperava. E eu não gosto de desistir, tu sabes.
Já falta tão pouco meu amor… e estou tão feliz.
Vemo-nos em breve, e por enquanto ficas apenas com aquilo que nunca foi senão teu, o que eu sinto, o meu amor.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Reflexões

O Tempo e o Espírito

O tempo, embora faça desabrochar e definhar animais e plantas com assombrosa pontualidade, não tem sobre a alma do homem efeitos tão simples. A alma do homem, aliás, age de forma igualmente estranha sobre o corpo do tempo. Uma hora, alojada no bizarro elemento do espírito humano, pode valer cinquenta ou cem vezes mais que a sua duração medida pelo relógio; em contrapartida, uma hora pode ser fielmente representada no mostrador do espírito por um segundo.

Virginia Woolf, in "Orlando"

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Ama como a estrada começa!

Este post vai ser ligeiramente diferente dos anteriores. No entanto, a razao pela qual o faço é a mesma que o anterior. Finalmente revelei-lhe este ultimo espaço unicamente meu. E para minha alegria, ele gostou.
Ama como a estrada começa, já dizia Mario Cesariny.
A nossa estrada teve alguns desvios, mas chegámos ao nosso caminho e nele continuamos. Tivemos alguns obstáculos nessa estrada, mas até agora nunca ficámos parados no caminho, apoiámo-nos no que é nosso e continuámos em frente.
Hoje encontrei uma musica que expressa completamente aquilo que eu sinto em relaçao a nós. A musica é de Richard Marx e Donna Lewis, chama-se "At the beginning" e faz parte da banda sonora do filme da Disney "Anastacia".

Pode ser ouvida aqui : http://www.imeem.com/perfectmoment/music/CAt9QgB9/richard_marx_and_donna_lewis_at_the_beginning/

segunda-feira, 17 de março de 2008

Agora, Contigo...





O valor das coisas não está no tempo que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.



Não estava á tua espera e apareceste.
Não estava á tua espera naquele dia, àquela hora e tu não desististe, como eu esperava que o fizesses.
Não renunciaste daquilo que sentias nem fechaste a porta para não te magoares, para eu não te magoar, mais do que o já tinha feito.
Acreditaste em ti e mais, acreditaste em mim e em nós, quando já te tinha dado razões para não o fazeres.
Agora agradeço-te, por seres quem és e por teres feito o que fizeste e por me tornares naquilo que sou, que outrora já tinha sido, mas que tinha deixado de o ser. Continuo a ser a mesma pessoa, apenas melhor.
A tal insegurança desapareceu…deixaste de ser o conselheiro, o amigo das horas e das conversas, para seres o namorado e aquele com quem eu não consigo não estar. Fazes-me falta a toda a hora.
Quando estamos juntos o tempo passa a correr… Desde que estamos juntos o tempo ainda não parou, e dá-nos a sensação de já ter passado uma eternidade e que nos conhecemos há muito mais tempo do que realmente foi. Por isso, para nós, um dia é igual a um mês mas uma semana é como se fosse um ano.
Ainda ontem estive contigo e já tenho saudades tuas, saudades que não passam enquanto não estiver contigo outra vez. E o pior, sabes o que é? É que quando estiver contigo sei que me vou ter de ir embora outra vez e antes do “até amanha” já vou sentir a tua falta, a falta dos teus beijos, do teu abraço forte e sobretudo e te sentir comigo, ali, do meu lado, fisicamente.
Porque eu sei que apesar de estarmos longe tu estás comigo, em pensamento e no lugar que ocupas na caixinha dos sentimentos.
É verdade que todo este sentimento de entrega, dedicação e acima de tudo um amor supremo, também me faz pensar. Antes de ti, achava tudo isto impossível, alguma vez alguém poderia sentir o que sinto, o que tu sentes, o que nós sentimos, em tão pouco tempo? Claro que não, era impensável.



Através da experiência própria é que se adquire o conhecimento já diziam, de certa forma, os empiristas.
E eu, e nós podemos comprovar isso…




domingo, 24 de fevereiro de 2008

=)

No outro dia estava a falar com um amigo meu e eles perguntou-me porque é que nós, raparigas, temos tendência para sermos desconfiadas, ao que eu lhe respondi: "Nós não somos desconfiadas, nós somos cautelosas".
Pelo menos agora somos talvez por imaturidade, por medo, por insegurança. Somos cautelosas como eles, apenas damos mais nas vistas, porque supostamente somos mais sensíveis, mais fracas. Apenas supostamente, porque toda a gente sabe que não á força maior que a de uma mulher.

Descobri também que essa insegurança, sim, acima de tudo, insegurança faz com que ela, eu ou qualquer outra, construa inconscientemente aquilo a que eles chamam de Forte, que inacreditavelmente faz com que mais curiosidade eles tenham de chegar a nós, porque damos luta.
É também uma forma de sabermos se realmente vale a pena, não é qualquer um que se atreve a passar o Forte, ouvir os desabafos, ir as compras, ser primeiro o melhor amigo e depois, talvez, algo mais. Porque sim, nós somos muito complicadas!
O tamanho do chamado Forte depende muito de cada uma, das experiências anteriores de cada uma e só disso.
Quanto mais complicadas as experiências são, mais nos temos tendência para nos protegermos delas no futuro, em qualquer área, seja no amor ou na amizade.
Cabe-nos a nos descobrir alguém que esteja disposto e tornar essas experiências não em factores de protecção mas em factores de aprendizagem. É muito mais fácil assim...






Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.


Sophia de Mello Breyner Andresen